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Pequenas empresas ficam com 25% das liberações do BNDES



26/07/2011




Contrariando a tendência dos últimos dez anos, as micros e pequenas empresas avançaram sua participação nos desembolsos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no primeiro quadrimestre de 2011 e conseguiram abocanhar 25% das liberações, ante 18% no mesmo período de 2010 e 10% em 2008.

De janeiro a abril, o grupo levou R$ 8,5 bilhões dos R$ 33,9 bilhões liberados pela instituição.Em contrapartida, a participação das grandes empresas encolheu para 55% do volume desembolsado, ante 71% nos primeiros quatro meses de 2010.O avanço da participação das micros e pequenas empresas sobre os fartos recursos do banco ocorreu principalmente a partir da criação do Programa de Sustentação do Investimento (PSI) no âmbito da Finame, com juros fixos e mais baratos e com a introdução do Cartão BNDES,que funciona como um cartão de crédito para os pequenos empresários, disse Cláudio
Bernardo Guimarães de Moraes, superintendente da área de operações indiretas do banco.


Segundo ele, o BNDES tem melhorado processos, capacitado mais agentes financeiros e fortalecido linhas como o crédito rotativo pré-aprovado e o Cartão BNDES, que pela rapidez com que libera os recursos favorece as micros e pequenas empresas.

Para Cláudio Fristach, da consultoria Inter.B, o crescimento da economia tem acionado dois fatores que estão puxando a busca das micros e pequenas por recursos do banco. Essas empresas operam em setores mais protegidos da concorrência das importações, como marcenaria, por exemplo, e também no setor de serviços, que está crescendo muito por causa da demanda forte da classe C. "Ônibus e caminhões são serviços em boa parte do Brasil", diz ele.

Além disso, observa o consultor, essas atividades não são, em grande parte, afetadas pelo câmbio. Na opinião de Fristach, a inserção das pequenas e médias em nichos mais tradicionais, que incluem inclusive o comércio e se espalham pelo interior do país, estimula o investimento.

Mesmo com a recente alta dos juros e a redução da participação do banco no volume de empréstimos do PSI 3, que passou a vigorar no segundo trimestre deste ano, as micros e pequenas continuam ampliando espaço nos desembolsos do BNDES, como revelam os dados de desempenho da Finame até maio, divulgados pelo superintendente de operações indiretas da instituição. Moraes projeta um crescimento na participação das micros e pequenas nas liberações do banco em 2011, ficando na faixa de 30%, mais do dobro de 2010, o que classificaria um recorde na história da instituição. Moraes teme,porém, que com a desaceleração da economia esse processo venha a ser estancado em 2012.




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