14/04/2016

Sistema de catalogação de produtos tem sido objeto de pesquisa para redução de custos de transação em compras públicas e privadas

Inspirada nas antigas praças das pequenas cidades, onde compradores e vendedores ainda hoje se encontram para fazer negócios, a Secretaria Especial da Micro e Pequena Empresa (SEMPE) está desenvolvendo a Praça Eletrônica de Negócios, cujo objetivo é ampliar mercados e promover a competitividade das MPEs.

A Praça Eletrônica de Negócios será o ponto de encontro virtual entre a empresa brasileira e seus parceiros de negócios. O conceito é reunir empresários de todos os setores, para incentivar o contato, facilitar as transações entre eles e permitir que um possível comprador encontre o produto que deseja.

A Praça vai reunir, em um único website, um catálogo de produtos e serviços oferecidos pelas MPEs, assim como mecanismos para facilitar as vendas para as administrações públicas, a exportação por meio do Simples Internacional, e o acesso a linhas de crédito, serviços bancários e oportunidades de inovação e capacitação. Esta plataforma estará disponível em 2017.

Fábio de Medeiros, coordenador geral de acesso a mercados da SEMPE, explica que o catálogo de produtos é o coração do sistema Praça, pois ao permitir a descrição padronizada de bens e serviços por meio de uma linguagem estruturada, garante que a micro e pequena empresa possa encontrar parceiros e oportunidades de negócio de maneira bastante simplificada e com substantiva redução de custos de transação. “Todo esse processo de levar para o mundo virtual as soluções que a empresa requer no dia-a-dia para ampliar sua competitividade passa necessariamente pela descrição do que a empresa faz, pois o produto é a essência da atividade econômica da empresa”.

Para garantir que o usuário do sistema Praça possa encontrar de maneira mais fácil e intuitiva oportunidades de negócio e soluções que apoiam sua empresa, o sistema de catalogação de produtos será baseado em uma tecnologia que utiliza conceitos de gestão do conhecimento trazidos da ciência da informação. “Esta tecnologia cria uma linguagem única e padronizada de descrição de produtos, que permite a identificação automática das conexões entre os elos de uma cadeia produtiva que geram oportunidades de negócio”, diz o coordenador.

Inspiração em modelos europeus: os Diálogos Setoriais

Desde 2008, a União Europeia (EU) e o Brasil trabalham em cooperação por meio do Projeto Apoio aos Diálogos Setoriais – coordenado pela Secretaria de Gestão do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG) e pela Delegação da União Europeia no Brasil (DELBRA) – cujo objetivo é contribuir para o fortalecimento das relações bilaterais UE-Brasil através de diálogos sobre temas prioritários de interesse mútuo. Dentro de uma das áreas contempladas pelo Projeto – Economia – está o incentivo a processos que beneficiem as micro e pequenas empresas.

Os Diálogos Setoriais identificaram, no projeto da Praça de Negócios, um alvo de grande interesse para o intercâmbio de experiências e conhecimento. Fábio de Medeiros diz que o objetivo da cooperação com a UE foi investigar as melhores práticas internacionais. “Para tanto, fomos buscar referência em locais já conhecidos por suas boas práticas, especialmente na Europa. Quando surgiu essa oportunidade de cooperação com a UE, nós estruturamos o projeto com a perspectiva de estudar o problema do ponto de vista técnico da modelagem da informação que descreve o produto e do reuso desta modelagem para garantir interoperabilidade entre sistemas que descrevem produtos”, expõe Fábio.

Na última terça-feira (5), a equipe da SEMPE recebeu integrantes dos Diálogos Setoriais, para a apresentação da pesquisa sobre catalogação industrial de produtos, elaborada por consultores engajados no projeto.

Na ocasião, o secretário especial da SEMPE, Carlos Leony, agradeceu e parabenizou a Delegação da União Europeia no Brasil (DELBRA) pelo apoio. “Agora podemos operar com um modelo mais consistente”, elogiou o secretário.