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Brasil deve exportar mais soja.



29/12/2015




As exportações brasileiras de soja devem passar de 54 milhões de toneladas na safra 2014/2015 para 55 milhões de toneladas na colheita 2015/2016, segundo estimativas da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove). A demanda, que segue aquecida no mundo, é um dos principais motivos para o crescimento, segundo o diretor de Inteligência de Mercado da corretora de cereais Cerealpar, Steve Cachia. “O atual quadro mundial de soja segue caracterizado pelo aumento na demanda, principalmente nos países em desenvolvimento”, afirma Cachia.

A Abiove elevou, na metade de dezembro, a estimativa para as vendas externas brasileiras de soja em grão, que era de 53,8 milhões de toneladas no começo de novembro. A associação também prevê embarques maiores do que os estimados em novembro para farelo de soja. O produto deve ter exportações de 15,4 milhões de toneladas na safra 2015/2016. Já o óleo de soja teve estimativa de exportação menor, de 1,40 milhão de toneladas em vez de 1,47 milhão de toneladas.

Cachia lembra que nos últimos três anos não houve problemas climáticos e os preços da soja, considerados favoráveis pelos produtores ao redor do mundo, causaram aumento na área e na produção. Por isso, mesmo com a demanda agressiva, a oferta cresceu a ritmo maior, provocando aumento de estoques e pressão sobre os preços. “O Brasil, como segundo maior produtor e segundo maior exportador de soja do mundo, tem ainda uma vantagem, que é a disparada da taxa de câmbio”, afirmou sobre a valorização do dólar, o que dá competitividade para a venda da soja brasileira no mercado internacional.

O especialista acredita que os preços da soja seguirão com pressão de baixa no começo do ano que vem, mas subirão um pouco ao longo do ano. “A forte demanda, incertezas climáticas e a insatisfação dos produtores com os atuais níveis de preço são os principais fatores que podem oferecer suporte às cotações”, afirma Cachia. Segundo ele, alguns produtores podem reduzir a área em função dos valores baixos pagos atualmente pelo produto.

O mercado árabe vem crescendo como comprador da soja brasileira. Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) apontam que a região comprou 1,1 milhão de toneladas de soja do Brasil de janeiro a novembro deste ano. Houve aumento de 30% sobre as 770 mil toneladas embarcadas no mesmo período do ano passado. Os principais compradores foram Egito, Arábia Saudita e Tunísia.

“A demanda dos países árabes para soja brasileira também tem crescido e deve continuar nessa trajetória em 2016. Reflete uma melhora no poder aquisitivo de alguns países consumidores da região do Mena (Oriente Médio e Norte da Ãfrica)”, afirma Cachia. Quando o diretor respondeu as perguntas da ANBA, na metade de dezembro, ele estava em Malta, no Mediterrâneo, para reuniões da Cerealpar com representantes destes países. “Justamente com o intuito de contribuir para tentar encurtar esta distancia entre os países árabes e o mercado brasileiro”, afirmou ele sobre a viagem e os negócios.

Fonte: Anba



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