15/10/2014

No próximo mês começam as contratações de trabalhadores temporários. Em Mato Grosso, a maioria desses trabalhadores atenderá a demanda do comércio, que registra movimentação mais intensa com as vendas natalinas e de Ano Novo. A previsão do varejo estadual é admitir 4 mil temporários, com contratos que iniciam em novembro e podem se estender até janeiro. No ano passado, o setor contratou cerca de 6 mil pessoas em todo o Estado, relembra o vice-presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Mato Grosso (Fecomércio), Hermes Martins. Até o último ano, o segmento 'vinha mantendo uma média anual de contratação de 8 mil temporários. "Em 2013 as admissões ficaram aquém de 2012 e este ano irão diminuir novamente, por causa da retração na economia". 

Em todo o país, as vagas de emprego temporárias para este fim de ano somam 163 mil, conforme levantamento do Sindicato das Empresas de Prestação de Serviços Terceirizáveis e de Trabalho Temporário de São Paulo (Sindeprestem) e da Federação Nacional dos Sindicatos de Empresas de RH, Trabalho Temporário e Terceirizado (Fenaserhtt), encomendado ao Instituto de Pesquísa Manager (Ipema). 

De acordo com a pesquisa, o número está 1% acima do resultado de 2013. Na opinião do presidente do Sindeprestem e da Fenaserhtt, Vander Morales, a desaceleração da economia provocada pelo avanço da inflação, pela alta da taxa de juros e a valorização do dólar, indica a possibilidade de as contratações temporárias acontecerem de última hora. ''A indústria, por necessidade de produção, contrata mão de obra adicional muito antes do comércio, este mais sensível aos rumos da economia", observa. "É possível que nesse ano o varejo primeiro avalie a movimentação comercial para depois contratar mão de obra extra, em meados de novembro". 

Em Mato Grosso, na rede varejista atendida pelo consultor de Recursos Humanos Cleber Moura, a contratação de trabalhadores temporários está em definição. "Geralmente as contratações iniciam em 16 de novembro e os contratos têm duração de 44 dias, se estendendo até o fim de dezembro". A previsão inicial é ofertar 400 vagas no Estado e 900 vagas em todo o país. "A quantidade de vagas está diminuindo", revela. "No ano retrasado admitimos 1,1 mil trabalhadores temporários e no ano passado foram 900". 

REMUNERAÇÃO - Os salários dos trabalhadores temporários que atuam no comércio alcança R$ 1 mil em Mato Grosso, incluindo a comissão pelas vendas, por uma jornada semanal de 44 horas. As empresas oferecem auxílio alimentação e transporte, segundo o consultor de RH, Cleber Moura. "O salário varia por causa dos acordos salariais entre os sindicatos, mas a média é de R$ 750 a R$ 1 mil, sem comissão". 

O estudo do Sindeprestem e da Fenaserhtt apurou que o salário médio dos trabalhadores temporários do comércio oscila entre R$ 768 e R$ 1,280 mil em 2014 e está 5% acima do valor médio registrado em2013. Do total de trabalhadores contratados este ano no país, cerca de 8 mil pessoas devem ser efetivadas, aponta a pesquisa. Na rede varejista atendida por Moura, a necessidade de mão de obra é constante. "Por isso, mesmo que o trabalhador não seja efetivado ao término do contrato temporário, mantemos os contatos para contratar futuramente". Para os interessados na efetivação, a consultora de RH, Cristina Ohara deixa algumas dicas. "É preciso fazer um bom trabalho, demonstrar comprometimento e ter disponibilidade". 

DIREITOS - O trabalho temporário é regido pela Lei 6.019, que garante o direito ao FGTS, 13° salário e férias proporcionais, mas não prevê multa rescisória por ser um contrato de trabalho com prazo pré-determinado para acabar, esclarece Cristina Ohara. A vigência do contrato pode variar de 1 dia a 6 meses. Em caso de substituição de um funcionário afastado pelo INSS, poderá ultrapassar os 180 dias e ser prorrogado por mais 90 dias, exceto nos casos de acréscimo extraordinário de serviços, como ocorre no fim de ano.